Perturbação do Espectro do Autismo – PEA

criança a brincar com corda e carrinho amarelo que sofre de perturbação do espectro do autismo

Perturbação do Espectro do Autismo – PEA

No artigo que se segue, iremos falar acerca da Perturbação do Espectro do Autismo, onde iremos explicar em que consiste esta alteração do neurodesenvolvimento e dar a conhecer os seus principais sintomas, assim como abordar a sua prevalência e precaver para os respectivos sinais de alerta.

O que é a Perturbação do Espectro do Autismo?

A Perturbação do Espectro do Autismo, também chamada de PEA, é uma alteração do neurodesenvolvimento, caracterizada por dificuldades na comunicação social, assim como pela presença  de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades (American Psychiatric Association, 2013).

Esta alteração do neurodesenvolvimento provoca dificuldades na comunicação e interação social, nos diferentes contextos de vida, nomeadamente:

  • Na reciprocidade social;
  • Na comunicação não verbal utilizada para a interação e no desenvolvimento;
  • Na manutenção e compreensão das relações com os outros.

Sintomas de Perturbação do Espectro do Autismo

Quando existe a presença de Perturbação do Espectro do Autismo é observada uma grande heterogeneidade de perfis desenvolvimentais, quer do ponto de vista da gravidade como ao nível da diversidade de sintomas, que vão de situações ligeiras a casos mais severos. 

Também, de acordo com o DSM V (American Psychiatric Association, 2013), sabemos que os sintomas da Perturbação do Espectro do Autismo, devem aparecer desde a primeira infância, mesmo que esses sejam reconhecidos apenas mais tarde.

A prevalência da alteração PEA

A prevalência desta condição tem aumentado, de modo significativo, nos últimos anos. Segundo o Center for Disease Control and Prevention, 2014, 1 em cada 68 crianças sofre de Perturbação do Espectro do Autismo. 

Em grande parte, este aumento justifica-se pelos novos critérios de diagnóstico, que são mais abrangentes, assim como pela maior consciencialização da comunidade em geral e maior conhecimento por parte da comunidade clínica no que respeita à sua identificação.

Atualmente, existem diversos programas de intervenção especificamente delineados para esta população, o que torna difícil, muitas vezes, a tomada de decisão por parte dos cuidadores no que respeita à seleção da resposta terapêutica. 

No entanto, existem alguns fatores indiscutíveis hoje em dia, segundo a prática baseada na evidência, que conferem qualidade aos programas de intervenção:

1- Intervir precocemente: Quanto mais precoce é a intervenção, maior é a probabilidade de alcançar bons resultados;

2- Trabalhar em conjunto com os cuidadores: Deve existir partilha de conhecimento entre os profissionais e cuidadores, de forma bi-direcional. Esta partilha irá permitir conhecer melhor a especificidade da criança, assim como usar as rotinas do quotidiano e contextos naturais para a implementação das estratégias adequadas às características da criança;

3- Trabalhar em equipa: Tendo em conta as dificuldades nucleares da criança com a PEA, assim como a probabilidade de ocorrência de comorbidades, a intervenção de uma equipa multidisciplinar é fundamental. Uma vez, que esta conta, habitualmente, com profissionais de diversas especialidades, como o terapeuta da fala, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o psicólogo, entre outros;

4- Intervir no sentido de minimizar as dificuldades nucleares, ou seja, a comunicação social, ou interação, e os comportamentos e interesses restritos ou repetitivos, promovendo sempre a funcionalidade da pessoa com a PEA;

5- A intervenção deve ser baseada em momentos de envolvimento mútuo e ativo entre a criança e o adulto durante as atividades programadas.

Sinais de alerta

Existem alguns sinais, que do ponto de vista clínico, são um indicador da presença da Perturbação do Espectro do Autismo. Dentro dos quais, podemos destacar os seguintes:

  • A não reação ao nome;
  • Não usar o apontar para pedir algo;
  • Não partilhar interesse;
  • Não mostrar objetos aos cuidadores como forma de partilhar interesses;
  • Entre outros.

 Conclusão

Caso reconheça alguns destes sinais no seu filho, não hesite em procurar uma avaliação especializada.

Quanto mais cedo intervirmos, melhores serão os resultados!

Autoria do artigo:

Vânia Peixoto, Terapeuta da Fala e Docente da Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa.

 

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